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Furacão de pensamentos:


Por vezes basta uma simples lembrança para me fazer quebrar. Perco-me nos sentimentos passados. Do nada uma imensa vontade de chorar toma-me, sem grande esforço. Sem resistir, entrego-me facilmente ao que muitas vezes é dor, sofrimento, lágrimas, alegria ou um súbito vazio.
O Intrigante da questão é o facto de fazê-lo por histórias, e não por factos reais. Sinto como se de alguma maneira essas histórias me envolvessem ao ponto de me tornar o personagem principal. De me sentir como ele, de agir como ele e de sorrir ou chorar como ele. Ser alguém aparentemente imaginario, mas que dentro da imaginação tem o seu próprio mundo, as suas emoções, as suas alegrias, os seus tormentos, as suas dificuldades... Como que ventanias de pensamentos, na cabeça me passam, como furacões incontroláveis, devastam-me, devastam-me e arrasam-me completamente. Com isto quero dizer que a cada história que devoro mais e mais vezes me divido em partes cada vez mais pequenas. Cada divisão representa um personagem, e muitas partes, muitos personagens, personagens esses com sentimentos diferentes. E, sempre, sempre me divido, infinitos sentimentos são capazes de me percorrer num único segundo, e, talvez esteja a mudar? A cada divisão formada no meu corpo... Com isso estarei eu a ver o mundo com olhos cada vez mais divididos, ao ponto de enxergar mil e um sentimentos por milésimos de segundo?
Não sei. Porem precisarei eu destes sentimentos?
Ou eles é que não encontrão outro lugar para ficar?

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